Mais de um mês depois da invasão russa à Ucrânia, e respondendo aos apelos para apoio aos refugiados da guerra, que se vêm obrigados a sair dos seus países apenas com uma mochila às costas, a comunidade IPCA solidarizou-se com esta causa. Das iniciativas, destaque para a cooperação do IPCA diretamente com os parceiros das Câmara Municipais do Quadrilátero Urbano do Baixo Minho na recolha de bens, assim como ao nível de voluntariado através da Associação de Estudantes do IPCA.
Os estudantes do ensino superior e, particularmente os estudantes do IPCA, estão hoje muito comprometidos com as questões sociais. A invasão da Ucrânia e sucessivamente a guerra estão a confranger significativamente esta faixa etária estudantil.
Paula Tavares, Vice-Presidente do IPCA para a Comunicação, Internacionalização e Cultura, lembra que “hoje, mais do que nunca, os estudantes percebem o importante que é ‘estar envolvidos’ e comprometidos com o futuro da Europa” sendo que o exemplo de resiliência do povo ucraniano é uma lição, mas sobretudo faz repensar e discutir os valores da Europa considerados como garantidos.
O IPCA, como instituição de ensino superior público, está disponível para o “acolhimento de estudantes ucranianos que poderão ingressar nos seus ciclos de estudo e concluir a sua formação em Portugal, bem como professores e investigadores para que possam continuar o seu trabalho em Portugal”, refere a Vice-Presidente.
Oleksandr Afanasyev está em Portugal desde setembro e faz parte de um grupo de quatro estudantes de nacionalidade ucraniana em mobilidade ERASMUS+ no IPCA, estudantes que têm sido muito ativos no programa de voluntariado promovido pela Câmara Municipal de Barcelos, assim como em ações com os refugiados que chegaram à cidade, nomeadamente no apoio à tradução e comunicação com os seus compatriotas.
Oleksandr é natural de Kherson, cidade que fica a sul da Ucrânia que já foi bombardeada e tomada por militares russos com várias vítimas mortais. O estudante revela tristeza e muita preocupação, pois ainda lá tem a sua família.
Oleksandr quer voltar ao seu país assim que a guerra termine e sente-se muito acarinhado em Portugal, ainda mais nesta fase solidária. “Estou muito surpreendido e contente com o que Portugal, e outros países, estão a fazer pelo meu país. As ações que estão a ser desenvolvidas cá ajudam muito os refugiados. Essas pessoas são ajudadas a encontrar emprego e estadia, assim como no encaminhamento das crianças para a escola – é um trabalho muito importante e necessário”.
Também Mariana Lima, Presidente da Associação Académica do IPCA, tem acompanhado de perto as ações de voluntariado e mostra-se orgulhosa com a resposta da comunidade IPCA. “A nossa equipa lançou o mote à comunidade académica para que fosse realizada uma recolha de bens. A boa adesão não foi uma surpresa, mas ficámos muito orgulhosos pelo número de contributos, conseguimos recolher uma quantidade avultada de bens que, posteriormente, foram entregues nos Municípios onde o IPCA está representado, sendo distribuídos localmente ou enviados para a Ucrânia ou para os países fronteiriços que estão a acolher, numa primeira instância a população ucraniana”.
Mariana considera ainda que “estas ações de voluntariado são cada vez mais importantes e têm um impacto muito positivo na comunidade académica. Atualmente, todo o apoio é fundamental na receção dos refugiados no nosso país.”, refere.
O IPCA tem presente nos seus objetivos estratégicos o estímulo de valores humanistas e solidários entre a comunidade académica. A preocupação não é apenas formar, mas complementar e consolidar essa formação nos valores humanos, dotando a sua comunidade de consciência social, sensibilizando todos para práticas de cidadania ativa e voluntariado.
Neste âmbito, o IPCA criou igualmente uma página de apoio para o acolhimento de estudantes, professores e investigadores: https://ipca.pt/en/hosting-ukrainian-students-teachers-and-researchers/